O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, atropelou o restante da Casa e determinou, nesta terça-feira (9), a abertura da votação para compor a comissão que dará parecer ao pedido de abertura de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT).
Sem dar voz aos parlamentares, o presidente leu as regras para a votação, entre as quais inclui o voto secreto, e imediatamente deu início a votação. Após o anúncio, os demais parlamentares protestaram contra o voto secreto e contra, inclusive, a legalidade de parlamentares não indicados pelos próprios partidos formarem uma chapa independente.
Sob protestos dos colegas, Cunha afirmou que manterá a votação. “Vamos ficar aqui o tempo que for necessário, nem que fique a té as cinco da manha, vai ficar aqui o tempo que for necessário”, garantiu. Amanhã devem ser escolhidos o presidente e o relator da comissão.
Entenda o caso
Na segunda-feira, Cunha adiou a votação para dar tempo à oposição de montar uma segunda chapa, encabeçada por membros do PMDB que não se sentiram representados pelas indicações do partido. Esse racha dentro do PMDB foi reforçado ainda após a carta do vice-presidente Michel Temer.
A primeira chapa, que conta com membros governistas, tem 49 deputados inscritos. A segunda chapa, de oposição, tem 37. A comissão deverá ser composta por 65 deputados.