Para tentar impedir a reeleição do presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre (DEM-AP) e, por consequência, também do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), um grupo de dez senadores encaminhou uma manifestação ao Supremo Tribunal Federal (STF) em que se colocam contra a recondução deles aos cargos em 2021.
“A perspectiva de alternância no poder é condição sem a qual não se pode sustentar qualquer modelo de democracia representativa com pretensões normativas”, segundo consta na ação.
O grupo de senadores que assina a petição é formado por Alessandro Vieira (Cidadania-SE), Eduardo Girão (Podemos-CE), Jorge Kajuru (Cidadania-GO), Lasier Martins (Podemos-RS), Reguffe (Podemos-DF), Arolde de Oliveira (PSD-RJ), Espiridião Amin (PP-SC), Styvenson Valentim (Podemos-RN), Major Olímpio (PSL-SP) e Oriovisto Guimarães (Podemos-PR).
“A recondução de um mesmo presidente, sobretudo dentro da mesma legislatura, pode ocasionar prejuízos insanáveis ao bom funcionamento do Legislativo, na medida em que o que será pautado ou não pode vir a ser objeto de negociações políticas para a reeleição do atual mandatário”, diz o texto da petição.
Ação
O documento se soma à Ação Direta de Inconstitucionalidade do PTB no STF, a proibição na Constituição para a reeleição dos presidentes da Câmara e do Senado em uma mesma legislatura. O partido pediu que a Corte se manifestasse sobre o tema.
O relator da ação é o ministro Gilmar Mendes, visto como favorável à recondução dos presidentes aos cargos nas Casas. Essa é uma das cartadas de Alcolumbre na tentativa de viabilizar a reeleição.
Um entendimento da advocacia do Senado também prevê uma brecha para a reeleição, assim como ocorre no caso de presidentes e governadores, por exemplo. Para os senadores, essa interpretação seria “absolutamente descabida”. A eleição dos próximos presidentes será em fevereiro do ano que vem, para um mandato de dois anos.
DN